quinta-feira, 9 de maio de 2013

Distrito Federal está a um passo de ter a maior favela da América Latina



O crescimento desordenado faz do Condomínio Sol Nascente, em Ceilândia, o lar de 61 mil pessoas, segundo dados oficiais. Mas hoje podem ultrapassar 100 mil, o que deixaria a região como a mais populosa comunidade carente da América    
 
Saulo Araújo
Publicação: 08/05/2013 06:19 Atualização: 08/05/2013 10:39
Vista geral do Sol Nascente : após
                                três décadas de ocupação irregular e da
                                ação de grileiros, a antiga área rural
                                sofre com a falta de infraestrutura
                                (Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press -
                                22/3/13)

A diarista Paula Alves Ferreira, 42 anos, aponta para o fim da rua esburacada, no Trecho 1 do Condomínio Sol Nascente, em Ceilândia. Mostra que a região ocupada por barracos e biroscas há 12 anos não passava de um enorme cerrado. No período, ela viu casas se multiplicarem. Com a chegada de tantos moradores, os problemas não demoraram a aparecer. As terras da chácara de Paula, antes férteis, pararam de dar frutas e verduras devido à contaminação do solo. O lugar, tranquilo, tornou-se palco de crimes de toda ordem. Em pouco mais de uma década, a zona rural escolhida pela trabalhadora para viver com a família se transformou na segunda maior favela da América Latina, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Só fica atrás da Rocinha, no Rio de Janeiro.


Vista geral do Sol Nascente : após três décadas de ocupação irregular e da ação de grileiros, a antiga área rural sofre com a falta de infraestrutura


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Três décadas atrás, os primeiros chacareiros chegaram à região. Em 1999, grileiros começaram a atuar no local, ainda no governo Joaquim Roriz, mas a migração em massa teve início no terceiro mandato de Joaquim Roriz, em 2004. Com 61 mil moradores e crescimento populacional desordenado, o Sol Nascente caminha para ocupar o topo do ranking de maior comunidade pobre do país — incrustada em um morro, a comunidade carioca da Rocinha praticamente não tem mais espaço físico para se expandir. Lideranças comunitárias garantem que, hoje, são pelo menos 100 mil pessoas na região do DF — o GDF não reconhece o número.


 

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