Chica do PT quer salvar ecologia de Carinhanha
Por Nathália Clark, em 10.12.10
Uma voz solitária no Plenário, dissonante em meio aos levantamentos que apontam para um horizonte de desafios e dificuldades, discorre com seu linguajar popular Francisca Alves Ribeiro, conhecida como Chica do PT, prefeita do município de Carinhanha, na Bahia. Agricultora familiar, professora e liderança de movimentos na comunidade, Chica levou à Conferência o exemplo sustentável de sua cidade e aproveitou para fazer um apelo à preservação.
Segundo ela, Carinhanha, cidade circundada pelos rios Carinhanha e São Francisco, é essencialmente um município agrícola, rural, com menos de 30 mil habitantes. “Nosso grande potencial é agricultura familiar e o turismo. Carinhanha só existe por causa do rio, mas foi feita dando as costas a ele e jogando nele seu esgoto”. Apesar disso, ela afirma que o rio que dá nome à cidade ainda se mantém conservado.
“O rio é estreito, curto, mas é preservado, é o que abastece os municípios do entorno, e é a nossa maior riqueza, que não queremos perder para os grandes latifundiários. Carinhanha não terá sustentabilidade se não cuidar de seus rios, e temos que cuidar do Carinhanha para que ele não adoeça. Para isso, precisamos de socorro dos órgãos federais”, afirmou. De acordo com Chica, o município está tentando demarcar uma Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), mas falta recurso para fazer o plano de manejo.
“Nossa maior parceria é com o Ministério Público do norte de Minas Gerais. Já procuramos o ICMBio, o IBAMA e a Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia. Mas Carinhanha é pequena e o município só sobrevive de repasse. Nossa arrecadação é mínima, não temos indústria, só pequenos agricultores familiares. Como vamos pagar pesquisadores, especialistas para fazerem os estudos necessários à composição do plano de manejo?”, questionou. Ela acredita que com o plano terão condições de receber investimento e desenvolver o turismo na região.
“Todo mundo fala do São Francisco, mas ninguém fala do Carinhanha, que ainda tem Surubim, que está preservado e que abastece o São Francisco. Existem as chamadas grandes lagoas, que eu chamo de útero do rio, onde os grandes peixes vêm desovar”, contou Chica.
Segundo a prefeita, os investimos em Carinhanha são basicamente em educação: “Temos que fazer leis e pesquisa também, mas isso não muda as pessoas”. A Prefeitura da cidade vem desenvolvendo o Programa Educando com a Horta Escolar. De acordo com Chica, 70 prefeituras no Brasil trabalham com esse projeto, mas a única que transformou em políticas públicas foi Carinhanha.
O projeto trabalha o lixo, o desperdício de água, a plantação orgânica com as crianças, incluindo essas questões no currículo escolar. “Na nossa escola é proibido qualquer enlatado. As crianças têm que se alimentar com o que os pais produzem, tem que comer mandioca, farinha, feijão”, disse. Chica acredita que não se criam oportunidades para o agricultor se fixar no campo, e que é através dessas pequenas iniciativas que haverá condições e qualidade de vida também na área rural.
A Prefeitura já organizou inclusive um desfile de sustentabilidade: “O lixo que virou luxo”. “Foram construídos móveis de casa, desde a cama, o teto, pneu que virou sofá, tudo feito pelas crianças, a partir do lixo. Então, podemos dizer que é possível, sim, fazer desenvolvimento sustentável com o que se tem. E para isso não é preciso muito”, concluiu Chica.
Fórum de ONGs Ambientalistas do DF
http://informe-ambiental. blogspot.com/
Segundo ela, Carinhanha, cidade circundada pelos rios Carinhanha e São Francisco, é essencialmente um município agrícola, rural, com menos de 30 mil habitantes. “Nosso grande potencial é agricultura familiar e o turismo. Carinhanha só existe por causa do rio, mas foi feita dando as costas a ele e jogando nele seu esgoto”. Apesar disso, ela afirma que o rio que dá nome à cidade ainda se mantém conservado.
“O rio é estreito, curto, mas é preservado, é o que abastece os municípios do entorno, e é a nossa maior riqueza, que não queremos perder para os grandes latifundiários. Carinhanha não terá sustentabilidade se não cuidar de seus rios, e temos que cuidar do Carinhanha para que ele não adoeça. Para isso, precisamos de socorro dos órgãos federais”, afirmou. De acordo com Chica, o município está tentando demarcar uma Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), mas falta recurso para fazer o plano de manejo.
“Nossa maior parceria é com o Ministério Público do norte de Minas Gerais. Já procuramos o ICMBio, o IBAMA e a Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia. Mas Carinhanha é pequena e o município só sobrevive de repasse. Nossa arrecadação é mínima, não temos indústria, só pequenos agricultores familiares. Como vamos pagar pesquisadores, especialistas para fazerem os estudos necessários à composição do plano de manejo?”, questionou. Ela acredita que com o plano terão condições de receber investimento e desenvolver o turismo na região.
“Todo mundo fala do São Francisco, mas ninguém fala do Carinhanha, que ainda tem Surubim, que está preservado e que abastece o São Francisco. Existem as chamadas grandes lagoas, que eu chamo de útero do rio, onde os grandes peixes vêm desovar”, contou Chica.
Segundo a prefeita, os investimos em Carinhanha são basicamente em educação: “Temos que fazer leis e pesquisa também, mas isso não muda as pessoas”. A Prefeitura da cidade vem desenvolvendo o Programa Educando com a Horta Escolar. De acordo com Chica, 70 prefeituras no Brasil trabalham com esse projeto, mas a única que transformou em políticas públicas foi Carinhanha.
O projeto trabalha o lixo, o desperdício de água, a plantação orgânica com as crianças, incluindo essas questões no currículo escolar. “Na nossa escola é proibido qualquer enlatado. As crianças têm que se alimentar com o que os pais produzem, tem que comer mandioca, farinha, feijão”, disse. Chica acredita que não se criam oportunidades para o agricultor se fixar no campo, e que é através dessas pequenas iniciativas que haverá condições e qualidade de vida também na área rural.
A Prefeitura já organizou inclusive um desfile de sustentabilidade: “O lixo que virou luxo”. “Foram construídos móveis de casa, desde a cama, o teto, pneu que virou sofá, tudo feito pelas crianças, a partir do lixo. Então, podemos dizer que é possível, sim, fazer desenvolvimento sustentável com o que se tem. E para isso não é preciso muito”, concluiu Chica.
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